Quais os planos para 2023? O que espera de si mesmo e dos outros? O que você pretende se orgulhar no final deste ano? Esse é o tema do Faz Sentido, que foi ao ar em 8 de janeiro. A apresentadora e jornalista Fabiana Sparremberger convidou o psicólogo Carlos Eduardo Seixas para conversar a respeito do assunto.
Equilíbrio
A jornalista questiona o psicólogo de como fazer para sentir que começou um novo ciclo? E é realmente importante o planejamento para alinhar as expectativas com o novo ano?– Participar de festas de família ajuda a entrar naquele clima festivo de nova etapa? Eu sinto que a maioria das pessoas ainda não está sentindo que começou 2023 – explica Fabiana.
O psicólogo comenta que é importante cuidar com as falácias como “ano novo, vida nova”, porque o que faz acontecer uma mudança na vida das pessoas, não é apenas a troca de número – 2022 para 2023:– Não são fatores externos que mudam nossa vida depois da meia-noite. O que faz mudanças são os fatores internos. Por isso, é interessante ter um grau de planejamento e expectativa para este novo ciclo.
Além disso, segundo Carlos Eduardo é preciso ter equilíbrio nos planos, ou seja, organizar as metas da melhor maneira que faça sentido com o ritmo de produção de cada pessoa:– Também é importante pensar em relação às expectativas. Quanto mais cria-se esse sentimento, a sensação de frustração, provavelmente, vai ser alto, se algo sair fora dos planos. E como vivemos em uma sociedade que está entre “oito ou 80” é necessário pensar nisso.
A expectativa tem uma tendência a ser boa, relata o especialista, mas o que influencia o funcionamento do ser humano são aspectos externos, como biológicos, psicológicos e socioambientais. Por isso, é preciso cuidar para não se frustrar com os planos.
Funcionamentos
Para complementar, Fabiana reforça que a cobrança em relação aos planejamentos e as cobranças vem muito da maneira a qual cada um foi criado:– A necessidade de aprovação e reconhecimento faz parte do ser humano. Tem pessoas que acham a opinião do outro mais importante, já outras dizem que “estão nem aí”. Como manter o equilíbrio entre oito ou 80?
Segundo o psicólogo, esses comportamentos são padrões de funcionamentos. É importante inserir-se em relacionamentos sociais, mas não depender totalmente da opinião dos outros:– Já quem diz que não leva em conta outras opiniões, pode ser uma pessoa imatura que não sabe receber críticas ou fazer reflexões. É preciso ouvir pontos de vista diferentes.
Por outro lado, sempre fazer algo ou agir de determinada maneira, internalizando o que os outros vão achar daquela determinada atitude causa angústia:– Vivemos em uma sociedade que superestima o fazer e menos o sentir. Tudo precisa ter resultado. E isso, gera uma pressão constante, aí vem a ansiedade, o estresse e o burnout – descreve o especialista.
De acordo com a apresentadora, o tempo produtivo muda de pessoa para pessoa, além de ser necessário reforçar que não é preciso buscar resultado sempre, e sim sentir-se melhor.
Auto Sacrifício
Outro ponto importante para avaliar para é a questão do “auto sacrifício”. A jornalista cita um exemplo para ilustrar melhor:– A pessoa acha errado gastar dinheiro com ela mesma. Pensar em si, é um direito nosso. E é válido reforçar que você merece ser amado pelo que tu é, não pelo que tu faz.